NOTÍCIAS » CINCO CICLISTAS MORREM POR DIA NO TRÂNSITO BRASILEIRO

O Mapa da Violência produzido pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela) com base em números do Sistema Único de Saúde (SUS) estima que cinco ciclistas perdem a vida no trânsito todos os dias. As mortes quintuplicaram de 2009 para 2013.
Em 2011, foram registrados 1,9 mil óbitos, o que corresponde 4% das mortes no trânsito naquele período. Já as internações somaram 9.564.
A opção pelo meio de transporte é cada vez maior nos grandes centros, muitas vezes sem infraestrutura adequada para ciclistas, principal motivo do crescimento da fatalidade, aliado à falta de campanhas educativas voltadas para motoristas, segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet). “A bicicleta está sendo cada vez mais usada, mas a mudança cultural e das condições estruturais não ocorre no mesmo ritmo. Há necessidade de um espaço físico diferenciado, de sinalização e de ações educativas que alertem para o fato de que todos fazem parte do trânsito e devem ser respeitados. Ou teremos um aumento gradativo dos sinistros com bicicletas”, destaca o chefe do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional da Abramet, Dirceu Rodrigues Alves Junior.
Na avaliação do presidente da ONG Rodas da Paz, Jonas Bertucci, as bicicletas podem representar no Brasil um meio alternativo mais saudável e seguro no trânsito. Ele cita a Dinamarca, onde os acidentes caíram 56% depois que o meio de transporte passou a ser priorizado. “É visível que tem cada vez mais gente aderindo, a bicicleta está virando uma tendência. Mas precisa ter políticas públicas que priorizem o transporte saudável, o pedestre e o transporte público, que têm que estar associadas ao controle do limite de velocidade e ao desestímulo do uso do automóvel”, defende Bertucci.
Médico da Abramet, Dirceu Rodrigues Alves Júnior defende ações educativas para a humanização do trânsito. “Desde criança deve-se conhecer os perigos da máquina sobre rodas, a sinalização e a percepção de cada um com relação a todos que estão ao seu redor no trânsito”, defende.
Para Dirceu, também é papel do ciclista garantir sua segurança no trânsito. O caminho, indica, é evitar ruas sem infraestrutura para a bicicleta e sempre usar equipamentos de segurança e acessórios nas bicicletas como lanternas, campainhas e retrovisores. O médico também cobra ações do governo no sentido de fiscalizar e punir motoristas que desrespeitam o ciclista.
Por ano, são fabricadas mais de quatro milhões de novas bicicletas no Brasil. O país é o quinto maior mercado consumidor de bikes.
18 DE SETEMBRO DE 2014 POR RADAR.NACIONAL
19 set 2014 - Radar Nacional Voltar