NOTÍCIAS » CNT: CONDIÇÕES DA MALHA RODOVIÁRIA AUMENTAM RISCOS DE ACIDENTES

As condições da malha rodoviária nacional potencializam os riscos de acidentes. É o que revela estudo da Confederação Nacional de Transportes (CNT), que analisou mais de 100 mil quilômetros de vias federais, estaduais e sob concessão.

O mapeamento mostra que 86% das rodovias são de pista simples e de tráfego nos dois sentidos. Além disso, constatou-se que em 83% dos trechos de subida não têm faixa adicional, dispositivo importante para ultrapassagens.

De acordo com o chefe do Núcleo de Estatística da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Marcus Vinícius Moreira, a maior parte das colisões frontais – que contabilizam o maior número de mortos nas estatísticas – acontece em pistas simples. “São ultrapassagens em locais proibidos, ou até em locais onde ela é permitida, mas o motorista não visualiza o outro veículo vindo em direção contrária”, explica.

O cenário causa outros transtornos logísticos. Em pistas simples, principalmente onde há maior fluxo de caminhões, o transporte fica lento e aumenta o custo operacional das empresas.

Entre as rodovias sob jurisdição do poder público, 94% têm pista simples. Já nas privatizadas, o índice cai para 54%. Outro dado que preocupa é que 40% das rodovias não têm acostamento, o que aumenta o risco aos motoristas e passageiros já que, diante de imprevistos, os condutores não têm área de fuga.

Precariedade e prejuízos
Os custos com o transporte rodoviário de cargas chegam a dobrar em vias onde o pavimento é considerado péssimo. Nas estimativas de pesquisa da CNT, o aumento nos gastos é de 65,6% em rodovias ruins e de 41%, nas regulares. Já quando o pavimento é classificado como ótimo não há aumento no custo operacional, que abrange o consumo de combustível, tempo de viagem e manutenção dos veículos.

Em média, o impacto é de 25,8% no custo operacional. Nas rodovias sob jurisdição da União e dos estados os gastos representam 29,3% aos transportadores, e, nas concedidas, 11,3%. O incremento maior de custos é nas rodovias da região Norte, de 36,7%, onde muitos trechos apresentam problemas graves no pavimento.

Faltam recursos para melhorias na infraestrutura de transportes. O montante já liberado não é aplicado no tempo necessário por conta da burocracia e falhas no gerenciamento do poder público. Nos nove primeiros meses deste ano, o governo federal liberou R$ 4,47 bilhões, nem a metade dos R$ 10,34 bilhões autorizados para adequações, manutenção e construção de rodovias. Em 2015, esse percentual deve ter um valor ainda menor por causa dos cortes provocados pelo ajuste fiscal do governo federal para organizar as contas.

by Redação , 17 de dezembro de 2015

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