NOTÍCIAS » ECONOMIA: ITENS QUE COMPÕE O CUSTO DOS SERVIÇOS DO CFC TIVERAM REAJUSTES IMPACTANTES

O Siprocfc-MG e a Fecomércio apuraram a evolução média dos preços dos principais itens que compõe o custo dos serviços dos CFCs. Tais insumos tiveram reajustes consideráveis, o que reflete diretamente na vida financeira das empresas. Para que a autoescola se mantenha de pé, deve considerar os custos, como água, luz, telefone, internet, aluguel, veículos (carros e motos populares), manutenção dos veículos, pneus, óleo, embreagem, freios e suspensão, combustíveis, material de escritório. Os preços de todos esse itens foram acompanhados de dezembro de 2017 a novembro de 2018. Confira no quadro abaixo!

O presidente do Siprocfc-MG, Alessandro Dias, explica que o impacto da alta acumulada reflete nos preços praticados pelas autoescolas. "2018 foi um ano no qual a maioria das empresas sequer conseguiram aplicar reajustes nos serviços, em uma tentativa de permitir que os alunos pudessem ser atendidos sem mais um custo. Já em 2019, as autoescolas dificilmente conseguirão segurar os preços, pois isso compromete diretamente a prestação do serviço, afirmou.

Para ele, os combustíveis serão um dos grandes responsáveis pelo possível aumento (acumulou alta de 13,69% em 12 meses, segundo dados do IBGE). Sem contar a obrigatoriedade da renovação da frota e os reajustes que já foram aplicados aos salários dos profissionais em 2018 (reajuste de 1,55% em abril), bem como um novo aumento que deverá acontecer na data-base da categoria, enumerou. Além disso, com o novo salário mínimo, anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro no primeiro dia deste ano, as funções previstas na CCT, que estabelecem este referencial, também serão reajustadas e contribuirão para a composição de novos valores a serem cobrados pelos CFCs.

Outro fator que deve ser levado em consideração é o reajuste das taxas cobradas pelo Detran-MG, como inscrição inicial, emissão de LADV, renovação de alvará e credencial de instrutor, entre outras, que ficou em 10,51%.

Portanto, para que as autoescolas não fechem suas portas, e continuem oferecendo prestação de serviços de qualidade, seria necessário reajustar as aulas em, aproximadamente, 11%. Se fosse considerar o repasse de todos os itens analisados, com aumentos acumulados nos últimos 24 meses, o reajuste teria que ser bem maior.

A evolução do indicador médio de inflação, acumulada em 12 meses, computada pelo IBGE, está apresentada na tabela, abaixo:

insumosreajuste.png

Entenda a tabela

O indicador oficial de inflação brasileiro, o IPCA, acumula alta de 4,05% no acumulado em 12 meses até novembro, segundo dados do IBGE. O indicador é 1,19 pontos percentuais superior ao observado no início de 2018, em janeiro. Apesar do patamar se situar abaixo da meta de inflação do Banco Central do Brasil (4,5%), itens essenciais para o funcionamento da atividade produtiva, por um lado, e essenciais para a sobrevivência da população, por outro, cresceram acima da média, pressionando o poder de compra das famílias e as atividades produtivas empresariais.

Considerando o setor de autoescolas, insumos essenciais para as operações dos estabelecimentos, apresentaram maior pressão sobre o nível de preços. Esse é o caso dos combustíveis que, em média, ficaram 13,69% mais caros no Brasil. A gasolina, em especial, apresentou o maior crescimento, tendo como indicador acumulado em 12 meses um aumento de 15,2%, sendo o componente de maior pressão ao custo produtivo. O etanol, por sua vez, ficou, em média, 6,84% mais caro.

Outros itens diretamente ligados à matéria prima do segmento, isto é, veículos para aulas de direção, também apresentaram elevações em seus níveis de preços. Em média, estes ficaram 2,37% mais caros (considerando a média dos insumos pneu, óleo lubrificante e conserto de automóvel). Na outra ponta, a aquisição de seguros veiculares, apresentou um recuo médio nos preços na ordem de 10,58%.

As atividades administrativas também foram impactadas com aumentos de preços de determinados itens: aumento médio de 7,46% na energia elétrica; 5,01% na taxa de água e esgoto; 3,69% nos artigos de papelaria; 1,64% no acesso à internet. A telefonia fixa, porém, apresentou um recuo médio de 1,59% em seu nível de preços.


07 jan 2019 - Comunicação - Siprocfc-MGVoltar