Estudo divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, (Anfavea) prevê que pelas próximas duas décadas, a frota nacional chegará a 95,7 milhões de veículos. A estimativa é projetada no crescimento da população brasileira em paralelo com o Produto Interno Bruto (PIB).

No cenário otimista da associação, o Brasil terá 226 milhões de pessoas em 2034 com um PIB que passará de US$ 2,234 trilhões para US$ 4.036 trilhões em duas décadas. A tendência é que mais pessoas tenham o próprio automóvel e a frota circulante aumentará 140%, passando doas atuais 5,1 habitantes por veículo para 2,4.

“Uma das maiores riquezas do Brasil é o seu mercado interno. Somos um País com dimensões continentais e com uma população que cresce tanto em número quanto em renda. Não tenho dúvidas de que estes são alguns dados que chamam a atenção de grandes empresas, que atraem tantos investimentos para o Brasil e que nos dão a certeza de que o futuro é promissor”, afirma o presidente da Anfavea, Luiz Moan.

De volta ao presente, o setor automotivo vive um período histórico de baixa nas vendas. De janeiro a outubro, houve queda de 2,83% no comércio, em relação a período igual de 2013 – de 3,11 milhões para 2,83 milhões, na comparação. O mês passado encerrou com 306,9 mil unidades vendidas, 7,1% a menos que no décimo mês do ano passado, com 330,2 mil veículos.

Para a Anfavea, o período ainda é de incerteza para a indústria, que aposta na oferta de crédito, sazonalidade e o Salão do Automóvel para aquecer o setor.

A produção de veículos também registrou baixa. Foram fabricados em outubro 293,3 mil veículos, 9% a menos com relação ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano houve redução de 16% na atividade da indústria automotiva, com 2,68 milhões de unidades produzidas em 2014.

Período ruim também para as exportações de veículos, que encerraram o outubro com saldo negativo de 9,7% frente a setembro. No acumulado do ano, as exportações despencaram 40% – de 477,8 mil no ano passado contra 284,8 mil em 2014.

Seminovos em alta

Se por um lado a indústria opera no vermelho com os resultados ruins no acumulado do ano, as revendas vivem um bom período para fazer negócios. O brasileiro passou a adquirir mais seminovos em comparação com 2013, uma alta de 6,5% no acumulado do ano.

Balanço da Federação Nacional das Associações de Revendedores de Veículos Automotores (FENAUTO) aponta um aumento de 9,5% nas vendas de carros de até três anos em outubro na comparação com o mesmo período do ano anterior.

As revendas, que juntas faturaram R$ 310 bilhões em 2013, têm boas expectativas para os últimos dias do ano, que devem aquecer o segmento por parte do consumidor que aguarda o 13º salário para trocar de veículo.