NOTÍCIAS » HABILITAÇÃO: REPROVAÇÃO DE MOTORISTAS CHEGA A 75%

Quem almeja tirar a tão sonhada carteira nacional de habilitação (CNH) em Montes Claros, sobretudo para categoria ‘B’, alguns candidatos precisam ‘comprar’ aulas de direção a mais que a exigida pelo Detran/MG. As novas aulas são imprescindíveis para que candidatos não façam parte da triste estatística de reprovas em busca da CNH na maior cidade do Norte de Minas.
Desde o mês de julho de 2007 quando os dados foram computados pelo órgão de trânsito em Minas Gerais até o mês de março deste ano, 61.852 tentativas em busca do documento foram registradas. Do total, apenas 15.083 aprovações foram efetivadas pelos Centro de Formação de Condutores de Montes Claros. A taxa de reprova corresponde a 46.769 tentativas negativas. O número representa 75,6% de reprovas. Os dados são referentes somente às tentativas de candidatos postulantes à categoria ‘B’.
De acordo com Gislaine Veloso de Freitas, coordenadora da delegacia de trânsito em Montes Claros, a alta estatística de reprovas de candidatos, principalmente na categoria ‘B’, se deve a diversos fatores. Mas o principal, na maioria das vezes se deve ao nervosismo do aluno. “São inúmeros fatores, mas o principal é devido ao nervosismo do candidato. Muitas vezes, sabemos de casos de alguns candidatos que já dirigem há muito tempo, mas na hora do exame ficam nervosos e se atrapalham. Se pra quem já dirige há algum tempo o nervosismo aparece, imagina pra quem começou a dirigir numa auto-escola?”, observa a delegada.
Questionada se existe uma recomendação do Detran/MG para a grande quantidade de reprovas, Gislaine Veloso enfatizou que não existe recomendações e que os examinadores somente cumprem o que o manual determina. “Eles cumprem a orientação do manual exigido pelo órgão de trânsito. Todos os examinados cumprem os requisitos da resolução 168 do Contran. Se o candidato vai bem, ele é aprovado. Se existe esse alto índice de reprovas é devido a inúmeros fatores e, dentre eles conforme já falei, é por causa do nervosismo que acomete o candidato. Isso é normal. Durante meus exames, eu só consegui minha habilitação na quinta tentativa. Ficava super nervosa. E isso acontece com muitos candidatos”, frisa a delegada, ao destacar que não sabe informar se os centros de formações de condutores não estão qualificados e aptos a ensinar as normas de circulação aos futuros motoristas. “Não posso afirmar se os CFC’s estão aptos ou não. Mas eles têm uma norma de aprovação para seguir. Então é bem provável que as aulas são repassadas de forma corretas pelos instrutores, caso isso não acontecesse nós já teríamos recebidos diversas denúncias”, disse.
Com o alto índice de reprovação , a reportagem entrou em contato com alguns instrutores em diversos centros de formação de condutores. Todos eles foram taxativos em afirmar que grande parte das reprovas é devido ao nervosismo do candidato. “O nervosismo é evidente na maioria dos casos de reprovas. Às vezes o candidato vai super bem nas aulas, mas na hora que entra no carro para fazer o exame, fica nervoso e não consegue fazer o que aprendeu. Os instrutores só autorizam o aluno para fazer o exame quando ele realmente coloca em prática e de forma correta tudo que foi ensinado”, afirma uma instrutora da auto escola Visão.
Outro instrutor procurado pela reportagem afirmou que os professores são qualificados com frequência junto ao Detran/MG, para amenizar a grande quantidade de reprovas. “Somos qualificados com frequência para repassarmos ao candidato o melhor ensino possível. Porém, mesmo apto para ir às ruas, alguns candidatos são acometidos por um nervosismo inexplicável”, afirma o instrutor.
A funcionária pública Rosângela Silva Martins, 23 anos, faz parte do altíssimo índice de reprovas de candidatos à CNH. Segundo ela, somente na sexta tentativa a candidata foi aprovada para ir às ruas com a CNH. O motivo de cinco reprovas: o nervosismo. “É muito estressante ver o examinador na nossa frente. Eu tinha certeza que eu estava bem e fazia tudo conforme o recomendado pelos instrutores. Mas batia um nervosismo tremendo e eu não conseguia fazer nada. Dava um branco tremendo e teve uma vez que eu coloquei a marcha a ré e queria que o carro fosse para frente. Era muita lambança. Mas eu me preparei psicologicamente e na sexta tentativa eu fui aprovada. O que é preciso é o aluno manter a calma. É difícil, mas somente com a calma é que o aluno vai mostrar para o examinador que o candidato sabe dirigir e consegue manter a calma no nosso trânsito que é muito complicado”, afirma.
Clique aqui para ler a notícia no site!
12 mai 2014 - Jornal de Notícias Online (Norte de Minas)Voltar