NOTÍCIAS » MOVE É APOSTA PARA RESGATAR USUÁRIOS DO TRANSPORTE PÚBLICO

Total de passageiros de ônibus em BH cai 3,4%, e número de carros sobe 11% de 2011 a 2013
Na contramão do que prevê o conceito de mobilidade urbana, Belo Horizonte tem registrado queda no número de pessoas que usam o transporte coletivo e, ao mesmo tempo, aumento significativo na quantidade de carros e de motos em circulação. O volume de passageiros dos ônibus começou a cair de 2011 para 2012, até chegar a 2013 com uma redução de 3,4% – 16,3 milhões de usuários a menos. Já o índice de veículos particulares teve um crescimento três vezes maior (11%) no mesmo período e de 103,7% em dez anos. São 200 automóveis a mais por dia na capital, que tem trânsito cada vez pior.
A Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) criou o Plano de Mobilidade Urbana, que tem o Move (nome dado ao BRT, sigla em inglês para transporte rápido por ônibus) como a aposta do momento para reverter esse quadro. No entanto, engenheiros de transportes acreditam que o sistema – com estreia prevista para o próximo sábado – não terá capacidade para atrair o motorista e preveem uma explosão cada vez maior de carros e motos. “A tendência é todo mundo buscar uma saída individual para fugir da má qualidade do transporte coletivo”, diz o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Nilson Tadeu.
Na contramão do que prevê o conceito de mobilidade urbana, Belo Horizonte tem registrado queda no número de pessoas que usam o transporte coletivo e, ao mesmo tempo, aumento significativo na quantidade de carros e de motos em circulação. O volume de passageiros dos ônibus começou a cair de 2011 para 2012, até chegar a 2013 com uma redução de 3,4% – 16,3 milhões de usuários a menos. Já o índice de veículos particulares teve um crescimento três vezes maior (11%) no mesmo período e de 103,7% em dez anos. São 200 automóveis a mais por dia na capital, que tem trânsito cada vez pior.A Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) criou o Plano de Mobilidade Urbana, que tem o Move (nome dado ao BRT, sigla em inglês para transporte rápido por ônibus) como a aposta do momento para reverter esse quadro. No entanto, engenheiros de transportes acreditam que o sistema – com estreia prevista para o próximo sábado – não terá capacidade para atrair o motorista e preveem uma explosão cada vez maior de carros e motos. “A tendência é todo mundo buscar uma saída individual para fugir da má qualidade do transporte coletivo”, diz o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Nilson Tadeu.
É o que fez o promotor de eventos Luciano da Silva Fonseca, 39. Ele pegava ônibus de sua casa, em Santa Luzia, na região metropolitana, para o trabalho, no bairro Santa Lúcia, na região Centro-Sul da capital. “Sofria demais com a lotação e o tempo de viagem”, relembra. A solução foi optar de vez pelo carro e dar carona para colegas de trabalho, que moram perto. “Mesmo com o trânsito, vale mais a pena”, comenta.
Dados. Em 2011, eram 455,8 milhões de usuários no transporte coletivo, número que caiu para 453,2 milhões em 2012 e para 439,5 milhões em 2013. Para o engenheiro de transportes Dimas Gazolla, a tendência deveria ser de crescimento, já que a população ativa só cresce – o aumento foi de 4,5% entre 2012 e 2013 (106 mil pessoas) na região metropolitana.
“Só há redução de passageiros quando o serviço é muito ruim”, disse Gazolla. Em São Paulo, o número de usuários passou de 1,6 bilhão em 2004 para 2,9 bilhões em 2012. Em Curitiba (PR), cidade referência nacional e internacional em BRT, a média de passageiros por dia se manteve em 2,2 milhões entre os anos de 2006 e 2012.
Contraponto. A BHTrans informou que, segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), a queda no índice de passageiros a partir de 2011 foi um fenômeno nacional. A média no país foi de 1,6% de redução de 2011 para 2012. Nesse mesmo período, a capital mineira registrou 0,6% de baixa, e de 2012 para 2013, 3%.
Apesar da justificativa, a BHTrans reconheceu, em nota, que as obras viárias na cidade aumentaram o tempo de viagem dos ônibus, o que “não tem incentivado o seu uso”.
Ainda segundo a autarquia, “outro fator é econômico: a população passou a ter maior poder aquisitivo e facilidades para aquisição de veículos”.
Facilidades
Automóvel. Além do aumento do poder aquisitivo da população, a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em 2012 foi mais um incentivo para a compra de veículos.
Convencer motoristas não será fácil
A Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) admitiu, em nota, que não será tarefa fácil convencer os motoristas a trocar o carro pelo ônibus. Porém, a autarquia acredita que a operação do Move (nome dado ao BRT), que terá pistas exclusivas e livres de congestionamento, será um incentivo para o uso do transporte público.
“Para os deslocamentos rotineiros, não haverá tanta necessidade do uso do automóvel, que enfrenta congestionamentos, tem alto custo e exige tempo à procura de estacionamento”, diz a nota da BHTrans.
Outra saída
Metrô. A BHTrans aposta ainda no metrô como outra solução para o trânsito. A prefeitura informa que os projetos estão avançados e ficarão prontos até maio. A previsão é de que a construção comece em 2014.
Projetos. A expansão inclui 6 km de linhas subterrâneas – 2 km da Savassi até o Belvedere, na região Centro-Sul da capital, e mais 4 km entre a estação Santa Tereza (da linha 1) e a praça Raul Soares, no centro. Além disso, haverá expansão da linha 1 – 10 km do Barreiro até a estação Calafate e 4,5 km da Savassi até a estação Lagoinha.
PUBLICADO EM 06/03/14 - 03h00
LUCIENE CÂMARA
Link da notícia: http://www.otempo.com.br/cidades/move-%C3%A9-aposta-para-resgatar-usu%C3%A1rios-do-transporte-p%C3%BAblico-1.799657
06 mar 2014 - Site O Tempo OnlineVoltar