NOTÍCIAS » SAÚDE: MOTORISTAS RESPEITAM MAIS A LEI SECA APÓS TOLERÂNCIA ZERO

Estudo divulgado pelo Ministério da Saúde revela que o percentual de motoristas que assumem beber e dirigir em capitais brasileiras caiu 16 pontos após o início da tolerância zero da Lei Seca, há três anos. Em 2014, menos de 6% dos condutores ouvidos disseram que mantêm o hábito de assumir o volante depois de consumir álcool, especialmente homens, que figuram 10,7% do total de entrevistados, enquanto que as mulheres representam 1,7%.

O estudo apontou ainda as capitais onde há menos abusos na combinação álcool x direção. Vitória (ES) aparece em primeira, seguida de Rio de Janeiro (RJ) e Recife (PE). Em cada uma das cidades, somente 3% dos motoristas ouvidos afirmaram beber e dirigir. Já em Florianópolis (SC) e Palmas (TO), a infração é admitida por 14% e 11% dos participantes, respectivamente.

A aplicação da Lei Seca, segundo o Ministério da Saúde, começa a influenciar positivamente nas estatísticas de acidentes de trânsito no país. Entre 2012 e 2013, os óbitos passaram de 44.812 para 42.266, uma queda de 5,7%. A taxa de mortalidade caiu no comparativo 6,5%, passando de 22,5 para 21 mortos por 100 mil habitantes.

“É possível observar que a direção veicular após consumo de qualquer quantidade de bebida alcoólica apresentou queda depois da implantação de dispositivos legais e da adoção de uma fiscalização mais rigorosa. No entanto, os jovens do sexo masculino ainda são o grupo mais crítico, principalmente na faixa etária entre 25 e 34 anos”, afirma a diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Deborah Malta.

Hall seleto
O Brasil é um dos 25 países que adotaram a tolerância zero para o consumo de bebida alcoólica por motoristas. É um dos 130 que aplicam o teste do bafômetro, como mostra o relatório global da Organização Mundial de Saúde sobre álcool e saúde (Global Status Report on Alcohol and Health 2014).

A OMS afirma que estes países têm tido progressos com as leis mais rígidas. A aplicação de leis proibitivas, de acordo com a Organização, se mostra mais eficaz quando são combinadas com medidas de fiscalização realizadas em locais e horários mais prováveis de ocorrer a mistura álcool/direção. Para a entidade, a percepção dos motoristas de que podem ser autuados é a chave para o sucesso da ação.

Nos últimos sete anos, outros 89 países adotaram um limite abaixo de 0,05 gramas por decilitro de álcool presente no sangue dos motoristas – o que significa proteção para 4,5 bilhões de pessoas – cerca de 66% da população mundial.

Mortes
Em 2013, o trânsito brasileiro matou 42.291 pessoas. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) estima que 508 pessoas morreram no ano passado em estradas brasileiras em acidentes que envolveram motoristas embriagados. No primeiro quadrimestre deste anos, as mortes desta natureza já chegam a 146.

Outras 1.901 pessoas ficaram feridas gravemente em função da mistura álcool/direção em 2014; em 2015, até abril, já são registrados 552 feridos. Ano a ano os índices de acidentes por influência de álcool estão caindo. Em 2014 foram registradas 7.391 ocorrências, contra 7.526, em 2013, e 7.594, em 2012. Neste ano, até abril, foram 2.220 acidentes em estradas em decorrência do uso de bebia alcoólica.

A OMS estima que 1,2 milhão de pessoas morrem por ano no mundo e 50 milhões ficam feridas em acidentes. Os óbitos ocorrem principalmente entre crianças e jovens na faixa etária de cinco a 29 anos, sendo que os jovens do sexo masculino são as principais vítimas. Os custos globais econômicos calculados são de US$ 1,8 trilhão anuais.

Lei Seca
A lei 11.705 de 19 de junho de 2008, popular “Lei Seca”, alterou o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e passou a proibir a condução de veículo por motorista que tenha concentração de álcool por litro de sangue a partir de seis decigramas.

Lei sancionada em dezembro de 2012 instituiu a tolerância zero ao consumo de álcool. Com ela ficaram mais rígidos também os instrumentos de fiscalização. Passaram a valer provas testemunhais, vídeos e fotografias. O valor da multa também ficou maior: de R$ 957,70 para R$ 1.915,40.

19 DE JUNHO DE 2015 POR RADAR.NACIONAL

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