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Balanço das mortes no feriado de 1º de Maio, apresentado pelas polícias rodoviárias Estadual e Federal, confirma a falta de segurança e a imprudência dos motoristas
Pedro Ferreira
Fotos: Sidney Lopes / EM/ D.A Press
Caminhão perdeu o freio e atingiu sete carros na Via Expressa, causando um longo engarrafamento
Vinte e sete pessoas perderam a vida nas estradas federais e estaduais em Minas, no feriado prolongado do Dia do Trabalhador. Apesar de prevalecer a imprudência dos motoristas, aliada às péssimas condições de algumas estradas, esse foi o quarto feriado seguido com redução de mortes nas rodovias federais, com oito vítimas de quinta a domingo. Nos feriados de Tiradentes e semana santa, também com quatro dias de operação policial, foram 10 e 11 mortes, respectivamente. Já nas estradas estaduais, o número de mortes no Dia do Trabalhador aumentou de 10 para 19, em comparação ao de Tiradentes.

Nas estradas federais, segundo balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram 141 feridos em um total de 279 acidentes. De acordo com o inspetor Aristides Júnior, a redução das mortes deve-se ao reforço do policiamento nas rodovias, com mais agentes de Brasília, equipados com motocicletas e helicópteros. “Tivemos menos mortes no carnaval; diminuíram os acidentes, os feridos e mortes na semana santa; e caíram as mortes e os acidentes no feriado de Tiradentes. Agora, no Dia do Trabalhador, houve redução de feridos e de mortos, e um pequeno aumento nos acidentes”, disse o inspetor. No último fim de semana, a PRF não registrou nenhuma morte nas rodovias, o que é raro, segundo Aristides, mesmo em sábados e domingos normais.

Nas estradas estaduais, o número de mortes foi maior neste feriado, com 19. No recesso de Tiradentes foram 10, e 11 na Semana Santa. De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), nos 31,4 mil quilômetros de rodovias sob sua jurisdição, outras 301 pessoas ficaram feridas, em 327 acidentes. A maioria foi nas proximidades do destino, na ida ou volta, quando os motoristas ficam mais ansiosos, abusam da velocidade e fazem ultrapassagens perigosas.

Ainda de acordo com o balanço da PRE, a falta de atenção dos motoristas seria responsável por 57,14% dos acidentes, seguida pela embriaguez (21,42%); negligência (14,28%) – como ultrapassagem em locais proibidos e descumprimento das normas de trânsito –; e animais na pista (7,14%).

COLISÃO Um grave acidente na manhã de ontem envolveu dois caminhões e sete carros, na Via Expressa, na altura do Bairro Tropical, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Apesar da gravidade das colisões, apenas o taxista Roney Inácio Dias sofreu ferimentos leves e foi socorrido no Hospital Regional de Betim.

O caminhão-caçamba placa KFB 6007, de Sete Lagoas, carregado com 12 toneladas de resíduos de carvão, teria perdido os freios, segundo o motorista Alisson César Pereira da Silva, de 26, e atingiu os demais veículos. O caminhão bateu na traseira de um Palio parado no sinal, que acertou outro Palio que estava na frente. Os dois carros foram jogados na lateral de outro caminhão. O primeiro caminhão ainda bateu na traseira de um táxi, que atravessou o canteiro central da Via Expressa e bateu de frente num Corsa que vinha em direção contrária. Um Corcel II e um EcoSport também foram atingidos pelo caminhão-caçamba.

De acordo com o tenente Soares Júnior, da Polícia Militar, o caminhão sem freios rodou dois quilômetros em alta velocidade. O motorista conseguiu se desviar de outros veículos, inclusive ao passar por um redutor de velocidade, mas foi surpreendido por um sinal fechado. Com o acidente, houve engarrafamento de dois quilômetros nos dois sentidos da Via Expressa.

O médico Robert Freitas, de 43, dirigia o segundo Palio acidentado. Ele conta que quase foi destruído pelo caminhão desgovernado ao passar pelo redutor de velocidade. “O caminhão estava a mais de 60km/h, que é a velocidade máxima permitida. O motorista buzinava muito, pedindo passagem, e quase me acertou”, conta o médico, que conseguiu ultrapassar o caminhão e parou no sinal adiante. “Fiquei muito assustado. O meu carro foi atingido por outro Palio, bateu na lateral do outro caminhão, rodou e ficou virado para trás”, acrescentou Robert.

Também na manhã de ontem, uma pessoa morreu e duas ficaram feridas no choque entre o Gol, placa KJL 5729, de Belo Horizonte, e o caminhão Mercedez Benz placa GVI 1884. O acidente foi no km 319 da BR-381, em Nova Era, no Vale do Aço. O motorista do Gol, Luís Flávio Nardy Mota, de 29 anos, e a passageira Elisângela Soares de Cristo, de 28, ficaram gravemente feridos e foram levados para o Hospital São José, em Nova Era. O motorista do caminhão, Paulo Pereira Pinto, de 72, morreu no local.
06 mai 2008 - Estado de MinasVoltar