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Pacotão de última hora
Prefeitura de BH lança programa de obras que prevê troca de piso em ruas e avenidas e ações voltadas para o trânsito, juntando projetos novos com outros em andamento
Fábio Fabrini e Pedro Rocha Franco
Marcos Michelin/EM/D.A Press
Avenida Getúlio Vargas, na Região Centro-Sul da capital, é o primeir0 grande corredor viário a receber asfalto

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) lançou, ontem, um pacote de obras para o sistema viário, que inclui o recapeamento de 106 vias e 55 intervenções de pequeno porte, como implantação de rotatórias e de sinais luminosos, nas nove regiões da capital. O Programa de Ações de Mobilidade 2008, que tem, entre seus objetivos, melhorar as condições do tráfego e do transporte coletivo, prevê ainda a repintura de faixas no asfalto e investimento no serviço de ônibus. A promessa é instalar 680 novos abrigos para passageiros e diminuir os intervalos de espera nos pontos aos domingos e feriados. São intervenções pontuais para um grande problema, o trânsito da cidade, que ontem sofreu com mais um longo engarrafamento na Avenida Cristiano Machado e no túnel da Lagoinha.

O anúncio foi feito pelo prefeito Fernando Pimentel (PT), que tem pouco mais de seis meses de mandato. O programa vai consumir R$ 56,8 milhões, a maior parte proveniente da venda de ações da Companhia de Abastecimento de Minas Gerais (Copasa). Conforme o Estado de Minas antecipou, as avenidas João Pinheiro, Cristóvão Colombo e Nossa Senhora do Carmo vão ganhar faixas exclusivas para ônibus. O motorista de carro de passeio terá o espaço reduzido e será multado se invadir a área dos coletivos.

O pacote reúne projetos em preparação nas regionais e na BHTrans e requenta outros em andamento. Até lança tecnologias que estão longe de se tornar realidade. Iniciadas em janeiro, as obras do Complexo Viário da Lagoinha foram reapresentadas como novidade. A PBH informou ainda que vai instalar 230 painéis eletrônicos nos pontos de ônibus da área central. Trata-se, na verdade, de adesivos revestidos de resina, que serão fixados nas paradas. Numa face, eles terão o mapa dos itinerários. Na outra, a freqüência das linhas, de acordo com a faixa de horário.

De eletrônico, o gerente de Informação da BHTrans, Eduardo Amorim, explica que não há nada no sistema. “Isso virá depois, com a licitação do transporte público, que está em andamento”, afirma, referindo-se à concorrência pública para escolher as novas concessionárias do serviço de ônibus, aberta há alguns meses. O edital prevê a instalação de GPS (sistema de posicionamento global) nos veículos, o que permitirá a fixação de visores eletrônicos nos pontos, informando o tempo restante para a chegada do coletivo. Depois de escolhidas as empresas, haverá prazo de três anos para que a frota seja equipada. E tudo será pago pelos empresários.

INVESTIMENTOS Serão investidos R$ 30 milhões somente no recapeamento das vias. Em média, cada regional receberá pouco mais de R$ 3 milhões. O programa contempla as avenidas dos Andradas, Pedro II, Afonso Pena, Prudente de Morais, Abílio Machado, Tancredo Neves, Barão Homem de Melo, Saramenha, além da Via do Minério e das ruas do Ouro, Rio Grande do Norte, Padre Pedro Pinto, Desembargador Barcelos, Jacuí e Clara Nunes. O maior montante (R$ 1,3 milhão) será gasto na Avenida Getúlio Vargas, cujas obras começaram sábado.

Para as 55 intervenções na engenharia de tráfego serão usados R$ 7,3 milhões. Na Região Oeste, a Avenida Francisco Sá passará a operar em sentido único, entre a Rua André Cavalcanti e a Avenida Amazonas. Outro alvo constante de reclamações, a Avenida Portugal, na Região da Pampulha, terá redutores de velocidade e uma ciclovia. Na mesma área, será construída a Estação BHBUS da Avenida Presidente Carlos Luz (Catalão), em frente ao Parque Tecnológico da UFMG. Trata-se de um terminal aberto, semelhante a um ponto de ônibus de grande porte, para integração das linhas do Centro com aquelas que operam nos bairros.

20 mai 2008 - Estado de MinasVoltar