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Carteira de habilitação ficará mais difícil

CELSO MARTINS
REPÓRTER

Os acidentes com motocicletas mataram no ano passado 6,6 mil pessoas. A maioria das ocorrências aconteceu nas avenidas dos grandes centros urbanos. Em relação a 2004, houve um aumento de 10% no número de mortes. Para tentar reduzir os acidentes envolvendo motos, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) pretende estabelecer regras mais rigorosas para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Esse é um dos assuntos em pauta em Belo Horizonte, onde acontece até amanhã reunião dos representantes dos Detrans de todo país, do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
«O motociclista que consegue a habilitação não é preparado para trafegar em vias movimentadas. Na maioria das vezes, os acidentes são resultado da imprudência ou despreparo», disse o coordenador geral de Informatização e Estatística do Denatran, Eduardo Sanches Faria. Ele afirma que a frota de motos deverá crescer em 1,2 milhão de unidades neste ano, atingindo 7,8 milhões. De acordo com Sanches, a Câmara Técnica de Habilitação do Contran já aprovou as mudanças. Para que elas comecem a valer, é preciso que o Contran assine uma resolução, o que poderá acontecer ainda neste ano. Além da habilitação para motociclistas, o Denatran discute, em Belo Horizonte, como melhorar o combate às fraudes na obtenção das CNHs.
«O motoqueiro tem noções teóricas e práticas voltadas para veículos de quatro rodas. Além disso, a pista onde é aplicado o exame de rua tem pouco do que o motociclista vai enfrentar nas avenidas e ruas». Segundo ele, a nova resolução deverá corrigir essas distorções, além de incluir algumas exigências para quem pretende tirar a CNH na categoria B, exigida para os veículos de quatro rodas. O motorista também precisa a aprender a conviver com o grande número de motos.
Outro assunto em pauta em Belo Horizonte é o Registro Nacional de Infrações de Trânsito, usado pelos órgãos de trânsito para lançar as multas aplicadas ao motorista fora do Eestado onde seu veículo está registrado. O Denatran quer que esse sistema se torne mais ágil, evitando a impunidade no trânsito. Desde 2004, 66.800 veículos inscritos em Minas receberam autuações em outros estados.
De acordo com o Denatran, até o final de 2007 todos os estados estarão interligados com o Renach. Atualmente não fazem parte desta integração nacional os estados de Tocantins, Amapá, Espírito Santo, Rondônia e Acre. «A ídéia não é aumentar o número de multas, mas fazer com que o infrator pague pelo erro que cometeu», disse Eduardo Sanches.

06 dez 2006 - Jornal Hoje em Dia - Minas - 05/12/06Voltar