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Corrupção na Ciretran de Ipatinga pode ter relação com execuções dejornalistas

Carlos Calaes - Hoje em Dia

Um esquema de corrupção e pagamento de propinas na Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) deIpatinga, no Vale do Aço, que funcionaria há pelo menos cinco anos e teria provocado prejuízos milionáriosaos cofres públicos, pode estar por trás dos assassinatos do jornalista Rodrigo Neto e do repórter fotográficoWalgney Assis.
O esquema envolveria um ex-delegado geral da Polícia Civil, um vereador, policiais civis e empresários deIpatinga, todos indiciados por corrupção em inquéritos da Corregedoria Geral da Polícia Civil (CGPC) deMinas Gerais. Nesta quarta-feira (15), o deputado Durval Ângelo (PT), presidente da Comissão de DireitosHumanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em entrevista coletiva, divulgou cópias dos inquéritospoliciais.
Delegado geral
Nesses documentos, constam como indiciados o ex-delegado geral da Polícia Civil, um vereador, doispoliciais civis lotados na Ciretran e três empresários, proprietários de fábricas de placas para veículos. Deacordo com o deputado, as investigações da CGPC descobriram na Ciretran de Ipatinga “graves situaçõesde corrupção, que auferiam vantagens financeiras por meio de benesses e facilidades oferecidas pelo órgãono Vale do Aço”.
Execução
Segundo Durval Ângelo, o jornalista Rodrigo Neto, que atuava numa emissora de rádio, preparava sua voltaà imprensa escrita. Em um reportagem especial, ele denunciaria o esquema, mas acabou executado antes.
O fotógrafo Walgney Assis chegou a falar para sua mulher – que é policial militar – e para policiais civis daCGPC que ele sabia quem teria assassinado Rodrigo. Dias depois, também foi executado a tiros. “A mortedos dois não foi em vão, pois acabou atraindo mais atenção e expondo o esquema criminoso”, resumiu odeputado Durval Ângelo, que também pretende requerer a prisão preventiva dos indiciados.
Quadrilha
Ainda segundo o deputado, eles são apenas “a ponta do iceberg”, pois o esquema criminoso tem maisintegrantes. Durval Ângelo também divulgou cópias de ofícios encaminhados ao governador AntonioAnastasia e ao chefe da Polícia Civil, delegado-geral Cylton Brandão da Mata, solicitando o afastamento dospoliciais civis indiciados pela CGCP.
O deputado requereu, ainda, à Câmara de Ipatinga, o afastamento do vereador investigado.

17 mai 2013 - Hoje em Dia.Voltar