NOTÍCIAS » DIRIGE DEPOIS DE BEBER? VEJA COMO O ÁLCOOL AGE NO ORGANISMO

A autoconfiança e irresponsabilidade são a soma de fatores que levam, todos os dias, uma série de motoristas a assumir o volante sob efeito de álcool e por em risco a própria vida e a de terceiros. O impacto disso em todo o mundo é a morte de 3,3 milhões de pessoas a cada ano, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

No Brasil, as mortes associadas à combinação álcool x direção são de 52,5 homens e de 11,3 mulheres por 100 mil habitantes. E o leitor já parou para pensar como o álcool age no organismo? Depois de ler este texto, certamente pensará duas vezes em pegar o carro depois de beber.

De acordo com estudo do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), a bebida atua como estimulante nas primeiras doses e causa sensação temporária de excitação. Por ser um depressor do Sistema Nervoso Central, deixa a pessoa desinibida e afeta a capacidade de julgamento, o que prejudica o processo de tomada de decisões. Com o aumento do consumo, as habilidades motoras e o tempo de reação também ficam comprometidos. Além disso, a ingestão de altas doses pode causar sonolência e até desmaios ao volante.

As funções cerebrais são afetadas gradualmente, a começar pela mudança de humor até a perda de concentração e raciocínio. O conjunto de alterações fisiológicas aumenta a probabilidade de acidentes.

O gráfico abaixo mostra os sintomas clínicos conforme os níveis de concentração de álcool no sangue:

Fonte: Centro de Informações sobre Saúde e Álcool

Tolerância zero
Estudo divulgado em junho pelo Ministério da Saúde revela que o percentual de motoristas que assumem beber e dirigir em capitais brasileiras caiu 16 pontos após o início da tolerância zero da Lei Seca, há três anos. Em 2014, menos de 6% dos condutores ouvidos disseram que mantêm o hábito de assumir o volante depois de consumir álcool, especialmente homens, que figuram 10,7% do total de entrevistados, enquanto que as mulheres representam 1,7%.

O estudo apontou ainda as capitais onde há menos abusos na combinação álcool x direção. Vitória (ES) aparece em primeira, seguida de Rio de Janeiro (RJ) e Recife (PE). Em cada uma das cidades, somente 3% dos motoristas ouvidos afirmaram beber e dirigir. Já em Florianópolis (SC) e Palmas (TO), a infração é admitida por 14% e 11% dos participantes, respectivamente.

A aplicação da Lei Seca, segundo o Ministério da Saúde, começa a influenciar positivamente nas estatísticas de acidentes de trânsito no país. Entre 2012 e 2013, os óbitos passaram de 44.812 para 42.266, uma queda de 5,7%. A taxa de mortalidade caiu no comparativo 6,5%, passando de 22,5 para 21 mortos por 100 mil habitantes.

Hall seleto
O Brasil é um dos 25 países que adotaram a tolerância zero para o consumo de bebida alcoólica por motoristas. É um dos 130 que aplicam o teste do bafômetro, como mostra o relatório global da Organização Mundial de Saúde sobre álcool e saúde (Global Status Report on Alcohol and Health 2014).

A OMS afirma que estes países têm tido progressos com as leis mais rígidas. A aplicação de leis proibitivas, de acordo com a Organização, se mostra mais eficaz quando são combinadas com medidas de fiscalização realizadas em locais e horários mais prováveis de ocorrer a mistura álcool/direção. Para a entidade, a percepção dos motoristas de que podem ser autuados é a chave para o sucesso da ação.

Nos últimos sete anos, outros 89 países adotaram um limite abaixo de 0,05 gramas por decilitro de álcool presente no sangue dos motoristas – o que significa proteção para 4,5 bilhões de pessoas – cerca de 66% da população mundial.

Mortes
Em 2013, o trânsito brasileiro matou 42.291 pessoas. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) estima que 508 pessoas morreram no ano passado em estradas brasileiras em acidentes que envolveram motoristas embriagados. No primeiro quadrimestre deste anos, as mortes desta natureza já chegam a 146.

Outras 1.901 pessoas ficaram feridas gravemente em função da mistura álcool/direção em 2014; em 2015, até abril, já são registrados 552 feridos. Ano a ano os índices de acidentes por influência de álcool estão caindo. Em 2014 foram registradas 7.391 ocorrências, contra 7.526, em 2013, e 7.594, em 2012. Neste ano, até abril, foram 2.220 acidentes em estradas em decorrência do uso de bebida alcoólica.

Lei Seca
A lei 11.705 de 19 de junho de 2008, popular “Lei Seca”, alterou o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e passou a proibir a condução de veículo por motorista que tenha concentração de álcool por litro de sangue a partir de seis decigramas.

Lei sancionada em dezembro de 2012 instituiu a tolerância zero ao consumo de álcool. Com ela ficaram mais rígidos também os instrumentos de fiscalização. Passaram a valer provas testemunhais, vídeos e fotografias. O valor da multa também ficou maior: de R$ 957,70 para R$ 1.915,40.

by Redação , 13 de agosto de 2015

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