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Fim do perigo só em 2013
Paulo Henrique Lobato
Beto Novaes/EM/D.A Press - 7/8/08
Trecho da BR-381 entre BH e João Monlevade é considerado um dos piores do país, por registrar alto índice de acidentes.



"A ministra se comprometeu a fazer todos os esforços dentro
da burocracia federal para assegurar que a licitação para o
projeto executivo não vai sofrer mais atrasos"

Marco Antônio Castello Branco, presidente da Usiminas


A duplicação do trecho da BR-381 entre Belo Horizonte e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, só terá início em 2010 e deve ser concluída em três anos. A informação é do Departamento de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), que anunciou na semana passada a publicação do edital para a elaboração do projeto executivo, que está em análise nos órgãos jurídicos da União. A empresa vencedora terá prazo de 240 dias para entregar os desenhos e cálculos. Depois desta etapa, haverá outro certame para a escolha da construtora que executará a obra. Até lá, motoristas e passageiros que precisarem trafegar pela via, principalmente nos 108 quilômetros que ligam a capital a João Monlevade, na Região Central de Minas, continuarão enfrentando as armadilhas da perigosa Rodovia da Morte. Não bastassem o traçado sinuoso da pista e a imprudência de muitos motoristas, o já intenso fluxo de veículos de carga aumentará.

Um dos motivos é o crescimento natural da frota. Outro é a ampliação de empresas no Leste de Minas: a BR-381 é o principal corredor para escoar a produção da região. Só a Usiminas pretende investir R$ 14,1 bilhões, entre 2008 e 2012, em seu plano de desenvolvimento, que prevê a construção de uma usina de placas, em Santana do Paraíso, no Vale do Rio Doce, e terá 60% da produção destinada ao mercado interno. A unidade vai ter capacidade para produzir cinco milhões de toneladas anuais e deve entrar em operação em 2011. A siderúrgica também vai aplicar parte do dinheiro na sua fábrica de Ipatinga, no Vale do Aço, para dilatar a produção de laminação – principalmente de chapas grossas e tiras a quente – e de galvanização.

Há 15 dias, o presidente da Usiminas, Marco Antônio Castello Branco, e o ex-secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico e atual presidente do conselho de administração da empresa, Wilson Brumer, foram a Brasília para apresentar o plano à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. A comitiva aproveitou a audiência para lembrar a importância da urgente duplicação da BR-381. Logo depois do encontro, Castello Branco informou que “a ministra se comprometeu a fazer todos os esforços dentro da burocracia federal para assegurar que a licitação para o projeto executivo não vai sofrer mais atrasos”.

O custo previsto para a duplicação da rodovia é de R$ 2 bilhões. O dinheiro, que sairá da conta do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2007, reduzirá a triste estatística de acidentes na via, considerada a mais perigosa do estado. Apesar de o projeto executivo ainda não ter sido elaborado, o estudo vai garantir o alargamento da pista em trechos críticos. O frentista Paulo Sérgio dos Santos, de 33 anos, conhece bem a rodovia e já perdeu amigos nela: “Passou da hora de ser duplicada, pois é muito perigosa”.

RODOANEL O governo também vai destinar aporte de mais R$ 700 milhões para outra obra que vai melhorar o trânsito no trecho da BR-381 próximo a BH. Trata-se da construção do Anel Contorno Norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte, o Rodoanel, que ligará Betim a Ravena, distrito de Sabará. A obra deve ter início no fim de 2009 ou no início de 2010.
09 set 2008 - Estado de MinasVoltar