Conseguir marcar um exame de direção para tirar habilitação em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, tem sido uma tarefa difícil. Isso é o que afirmam candidatos e também os donos de Centro de Formação de Condutores (CFC) na cidade.

A situação complica ainda mais para os candidatos que vêm o prazo para realizar os exames acabando e não conseguem marcar a prova. Este problema é enfrentado pela esposa de Ozeias Lopes, que aguarda desde o mês de abril para a marcação do exame de direção. “A pauta dela vence em junho. Já passou por todo o processo de aulas, não consegue marcar o exame. Assim vejo que vai vencer o prazo e terei que pagar tudo de novo”, lamenta.

Segundo a empresária Sandrine Cruz Chaves, o problema se concentra no exame da categoria B e se agravou a cerca de dois meses. “O problema é geral. Em todas as autoescolas encontram este problema. O estado fornece poucos examinadores para atender a demanda de candidatos. Ficamos de mãos atadas e sem poder fazer nada”, explica.

De acordo com a coordenadora da banca examinadora em Montes Claros, delegada Gislaine Veloso Freitas, a marcação de exames é toda pelo sistema eletrônico do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG). Segundo a delegada, os exames são marcados com uma semana de antecedência. “As vagas são disponibilizadas e as autoescolas é que marcam. Então não tem como prejudicarmos uma ou ajudarmos outra”, diz.

O sistema para marcação dos exames funciona bem, segundo os CFCs. Porém, o número de vagas disponibilizadas não é compatível com a demanda do município. “Hoje foram disponibilizadas 400 vagas e todas acabaram em 50 segundos. Tínhamos 98 candidatos, mas conseguimos marcar apenas sete. Assim é inevitável que vire uma bola de neve”, afirma a auxiliar administrativa Marli Soares.

Ainda segundo a delegada Gislaine Freitas, Montes Claros possui cerca de 30 autoescolas ativas. Ela afirma que somente 17 examinadores atuam na cidade e ainda ajudam as bancas de Janaúba e Januária. “Além dos candidatos daqui, recebemos candidatos de outras quatro cidades. O ideal é que tivéssemos 30 examinadores e talvez o problema seja resolvido a abertura de concurso para a entrada de novos policiais civis”.