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Polícia investiga acidente
Peritos investigam se um dos motoristas avançou placa de parada obrigatória antes de ter seu carro atingido. Testemunhas sustentam que outro envolvido estava em alta velocidade
Thiago Herdy
Jackson Romanelli/EM/D.A Press
Violência do choque entre Gol e Palio matou professora de 28 anos e menina de 9, na noite de domingo

O laudo do Instituto de Criminalística da Polícia Civil sobre o acidente que matou duas pessoas na noite de domingo, no Bairro Padre Eustáquio, na Região Noroeste de BH, pode mostrar se o encarregado de obras José Pedrinho Nicácio, de 51 anos, que dirigia um Gol prata, obedeceu ou não a placa de parada obrigatória da Rua Lorena, antes de ser atingido pelo Palio dirigido pelo operador de telemarketing Alysson de Oliveira Manduca, de 29, que trafegava pela Avenida Olinto Magalhães. Uma filha de 28 anos e uma neta de 9 de José Pedrinho morreram na colisão. Entretanto, mesmo que a conclusão preliminar indique ter havido desrespeito à sinalização, não significa que o condutor do Gol será responsabilizado pelo acidente. Duas testemunhas ouvidas pela Polícia Militar disseram que Alysson dirigia em alta velocidade e fazia ultrapassagens proibidas minutos antes da batida. Nos próximos dias, os peritos analisam os danos causados aos veículos e as marcas de frenagem no asfalto, para determinar a velocidade de cada um. O resultado sai em 30 dias.

O enterro dos corpos da professora Rosângela Fortunato Nicácio, de 28, e de sua sobrinha, a estudante Lorraine Stephanie Fortunato, de 9, está marcado para a manhã de hoje, no Cemitério da Paz. O velório ocorreu durante a madrugada, em uma igreja do Bairro Palmeiras, na Região Oeste de BH. As duas voltavam com José Pedrinho e a mulher dele, Maria Marlene Nicácio, de 47, das comemorações do Dia das Mães em Santa Luzia, na Região Metropolitana de BH. Rosângela e Lorraine estavam no banco de trás. A criança foi lançada para fora do veículo e o corpo da tia foi parar no porta-malas. Os dois passageiros da frente foram socorridos no Hospital João XXIII. José Pedrinho recebeu alta e Maria Marlene está em observação. Uma menina de 17 anos que estava no local chegou a dizer à polícia que era Alysson quem trafegava pela Rua Lorena e teria avançado a sinalização, mas a hipótese foi descartada pelos peritos.

O taxista Fernando Farley Macedo, de 26, dirigia pela Avenida Abílio Machado, do outro lado do Anel Rodoviário, quando diz ter visto Alysson dirigindo de forma agressiva. “Ele saiu cortando todo mundo e chegou a encostar na traseira do meu carro quando parei no semáforo. Não desci, porque sabia que não havia grandes danos, mas o segui. Na Rua Pará de Minas, ele me cortou pela direita e fez sinais obscenos”, contou o taxista. O policial civil Hamilton Alves Formiga, de 41, também relatou à PM ter sido ultrapassado, pela direita, pelo motorista do Palio.

Alysson foi levado para o plantão do Detran, onde negou estar em alta velocidade. Ele disse que trafegava entre 40 e 45 quilômetros por hora, quando teria sido surpreendido pelo Gol, que cruzou seu caminho. Mesmo sem conseguir saber se o carro descia ou subia a Rua Lorena, ele disse ter chegado a piscar o farol e frear, na tentativa de evitar o acidente. O condutor negou as acusações das testemunhas e disse não saber o porquê das afirmações. Depois do depoimento, foi liberado.
13 mai 2008 - Estado de MinasVoltar