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TRANSGRESSÃO NO TRÂNSITO
Pena cumprida nos bares
Landercy Hemerson
Marcos Vieira/EM/D.A Press
Para evitar processo judicial, turma fez campanha na Savassi

Se a lei é a base para punir quem um dia cometeu um crime de trânsito, a decisão da Justiça de oferecer uma transação penal surge, de forma criativa, como um processo de educação. Pelo menos foi o que um grupo de 28 pessoas, que cometeram crimes de trânsito de menor potencial ofensivo, experimentou na noite de ontem, ao levar uma mensagem de alerta sobre os riscos de dirigir sob efeito de bebida alcoólica, a clientes de bares na Savassi, Região Centro-Sul de Belo Horizonte.

Há cinco meses a assessora de vendas Gisele Ribeiro Cerqueira, de 20 anos, e o irmão dela se envolveram num acidente. A moto estava em nome dela e quem conduzia era o irmão, inabilitado. “Foi uma oportunidade de ficar livre do processo. Aceitamos a transação penal e fomos participar do projeto Vida Segura. Hoje posso ver com outros olhos a importância de respeitar as regras de trânsito e me faz sentir bem alertar pessoas em bares, que podem cometer um crime de trânsito”, disse Gisele.

Lucas Miranda, supervisor metodológico do projeto, explica que as ações são desenvolvidas por uma consultoria para a Central de Acompanhamento e Monitoramento de Pena e Medida Alternativa (Ceapa), vinculada à Secretaria de Defesa Social (Seds). “Essa é a primeira vez que uma turma vem aos bares fazer uma campanha educativa. Durante o projeto, que dura cerca de três meses, e hoje conta com 102 participantes, são realizadas blitz educativa e outras atividades com o foco para a segurança no trânsito.”

Luciana Prates, coordenadora pedagógica do programa, destaca que os participantes, além de se conscientizarem da importância das regras de trânsito, como fator fundamental para segurança, tornam-se agentes multiplicadores quando participam de ações educativas. As estudantes Fernanda Mattos, de 22, e Mayara Freitas, de 21, tomavam cerveja num dos bares e foram surpreendidas pela campanha.

“Esse tipo de ação me incomoda, faz-me pensar, embora nem esteja de carro dirigindo”, disse Fernanda. Mayara admitiu que a intervenção faz as pessoas discutirem o assunto, mas com alvos melhor definidos. “Há camadas sociais que nem sempre estão nos bares e que não são atingidas”, salientou.
27 mai 2009 - ESTADO DE MINASVoltar